Sempre que vou à terra onde cresci - e que deixei na ânsia
de partir para outros lugares - sinto-me assim como o Scrooge, com o gorro de
dormir enfiado na cabeça, esvoaçando numa espiral de memórias, guiado por
anjos. Anjos que podem ser apenas pequenos recantos, que sempre estiveram lá, que
se tinham tornado invisíveis para mim. Recantos naquele cenário de calquitos
onde me decalco agora, com o esforço de voltar a esses tempos, de preencher os
espaços vazios – desdentados - do puzzle, de ter sido mais presente, sem pressa
de ser mais, ter sido mais constante, sem medo de ser menos. Simplesmente, de ter
estado e de ter sido, e ter-me orgulhado - como me orgulho hoje - de ter
vindo de onde vim.
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