Talvez o fascínio por zombies seja também uma questão geracional. Clássicos do tema zombie, quer do George Romero, quer do Sam Raimi, ou mesmo do Carpenter, vieram das décadas 70-80, ou seja, cresceram na minha infância, fizeram parte da minha adolescência, e por isso mesmo, tornaram-se parte do meu imaginário. Mas por que foram as décadas de 70-80 propícias ao desenvolvimento do tema? E por que será que este estilo gore, a roçar o ridículo, pegou tão bem? Mais uma vez a minha teoria remete para o clima de Guerra Fria, e a ameaça permanente que pairava do holocausto nuclear. É só uma teoria, mas encontro uma clara ligação entre “ambiente zombie” e cenários catastróficos do pós-nuclear.
De facto, foi nessa época que tanta ficção girou à volta destes temas, desde o cinema (lembro-me do “The day after”, onde a imagem do cogumelo se afigura como símbolo do terror supremo), até à banda desenhada (lembro-me de “La survivant”, uma obra premiada na altura, entre muitos outros). E invariavelmente estes temas retratam os ambientes sombrios de um futuro pós-apocalíptico. Os espaços de repente vazios de uma outrora metrópole, dominados por destroços e poeiras, são cenário para a quebra do contrato social e a luta pela sobrevivência.
E é justamente aqui que o “holocausto nuclear” e a temática zombie se tocam. Porque mais do que um bando de mortos a erguerem-se da cripta, os filmes zombie são por natureza filmes sobre sobrevivência. Remetem também para cenários catastróficos onde reina o caos e o estado de sítio. Uma guerra de todos contra todos onde tudo vale pela sobrevivência. Até mesmo o canibalismo.
Tal como em filmes de zombies, não é infrequente encontrar canibalismo em obras que remetem para cenários pós-holocausto, nuclear ou outro, porque entretanto o paradigma do terror se alterou mais para o lado das pandemias ou catástrofes naturais. Desde a velhinha BD “La survivant” até filmes recentes como “Eu sou a lenda”, “A estrada”, ou “O livro de Eli”. Não que os filmes que referi em particular sejam muito interessantes mas possuem estes elementos românticos do meu imaginário construído, justamente, em plena ameaça nuclear global. Que entretanto se esfumou no tempo deixando apenas os seus vestígios na minha acepção estética pelo estilo zombie. E mais do que o estilo, o conceito. Deveria sugeri-lo à "Caderneta de cromos" do Markl, se é que não foi já sugerido.
E é justamente aqui que o “holocausto nuclear” e a temática zombie se tocam. Porque mais do que um bando de mortos a erguerem-se da cripta, os filmes zombie são por natureza filmes sobre sobrevivência. Remetem também para cenários catastróficos onde reina o caos e o estado de sítio. Uma guerra de todos contra todos onde tudo vale pela sobrevivência. Até mesmo o canibalismo.
Tal como em filmes de zombies, não é infrequente encontrar canibalismo em obras que remetem para cenários pós-holocausto, nuclear ou outro, porque entretanto o paradigma do terror se alterou mais para o lado das pandemias ou catástrofes naturais. Desde a velhinha BD “La survivant” até filmes recentes como “Eu sou a lenda”, “A estrada”, ou “O livro de Eli”. Não que os filmes que referi em particular sejam muito interessantes mas possuem estes elementos românticos do meu imaginário construído, justamente, em plena ameaça nuclear global. Que entretanto se esfumou no tempo deixando apenas os seus vestígios na minha acepção estética pelo estilo zombie. E mais do que o estilo, o conceito. Deveria sugeri-lo à "Caderneta de cromos" do Markl, se é que não foi já sugerido.
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